quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Amo-te

Jamais dissera tais palavras.

Acordo com a mesma canção que a meses me desperta pela manhã, o tom cinza e solitário do quarto me deixa a vontade para refletir sobre algumas coisas que haviam acontecido no decorrer do ano. Pessoas indo e vindo, sumindo e ressurgindo, o tempo correndo. Sento, estou só em casa, não faço menção de calar o celular, mas o coloco na mesa do computador, feita artesanalmente, de vidro temperado e com uns CDs e livros jogados sem nenhuma ordem aparente, apenas para mim. Não demoro a perceber que Ela, havia ocupado o cargo que durante muito tempo foi da minha atriz preferida. Sem nomes. Me sinto leve em fim.

Confesso que fiquei algumas horas ensaiando em como dizer isso, jamais dissera tais palavras, sinceramente não sabia o que fazer, então parei e relaxei. Transbordei mais uma taça de vinho barato.

Ela sente frio e seu vestido florido insiste em seguir a lei da gravidade e eu insisto em tentar esquenta-la com as minhas mãos. Olhando um pequeno tronco enterrado na areia da praia, percebi que havia tido o contexto perfeito para dizer o que sentia de verdade.

Amo-te 


Um comentário:

Tábata Borges disse...

Eu disse que você não deveria mudar sobre as pequenas mãos ... Mas sorri involuntariamente quando li a nova versão hahaha'

<3