quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Passos para fora da Calçada



“Sai naquela noite sem nenhum itinerário programado, vesti qualquer camisa preta e jeans e sai, já previa o que iria acontecer, tomaríamos muitas latas de cerveja barata e uns acordes em algum violão, mas eu havia me enganado.
A trilha sonora que acompanhava os meus passos, sai pelos fones de um velho mp3, comprado com o salário de Office boy, trabalho que eu adorava, pois as companhias eram ótimas, mas que acabou não durando muito, por ser contratual. Ao som do Alice in Chains, eu percorria as ruas da cidade, talvez pela distração que aquelas musicas me proporcionavam, não ouvi o barulho de moto bem próximo. Eu odiava surpresas, sempre ensaiei emoções para jamais me pegar desprevenido, creio que o ser humano adora usar as emoções demonstradas contra as outras pessoas, por isso sempre me precavi, parece ate paranóia, mas acho que tenho certa razão nisto, planejar as coisas é sempre bom, não sou pontual, sou na verdade, muito mal com horários, mas isso não quer dizer que eu não planeje as coisas.
Eu sorri claro, como cortesia, não a queria freqüentando à mesma roda de amigos que eu, mas eu jamais admitiria isso. Ela costumava pegar a moto do seu namorado e mesmo sem ter habilitação, sempre dava um jeito de escapar, talvez de si mesma, ou de querer se sentir mais velha, ou mais livre, isso acontece muito com os jovens. Enfim encontrei meus amigos e eles a reconheceram por causa da minha banda, formamos um grande grupo e saímos para beber, meu humor mudou logo após a segunda latinha, confesso que era o que eu mais temia, creio que ela tenha notado a minha frustração, pois chegou bem mais perto, me abraçou carinhosamente e me disse ao pé do ouvido-Você esta fácil agora. - Foi tudo bem rápido, com uma das mãos eu a fiz se sentar no meu colo e com a outra toquei no seu rosto a beijei como nunca sequer havia imaginado. Mentira! Eu não havia ensaiado isso, com reagir?  Como se controlar? E o seu namorado? Como apenas beija-la sem dizer o que realmente se sentia? Eu não poderia fazer isso, ao ouvir o que ela havia me dito me levantei e sem dizer uma só palavra comecei a andar, ela tentou me acompanhar, mas meus olhos já diziam tudo”.








Hora original:


19h01min 20/01/2010





Rangel

Um comentário:

Emmanuella Conte disse...

"Eu odiava surpresas, sempre ensaiei emoções para jamais me pegar desprevenido, (...) por isso sempre me precavi, parece ate paranóia," - somos dois. HUAHUh