sexta-feira, 20 de abril de 2012

5° Andar, um ensaio

O centro tem cheiro de sexo e de cigarro paraguaio, as pessoas caminham depressa com receio do atraso, o tempo, insano, percorre os ares e as copas das arvores que preenchem a paisagem de asfalto e concreto, o sol luta para atravessar tantos prédios, vence a acaba aparecendo para lhe tocar o rosto, aqui ela pensa, as pessoas são mais frias, são mais belas, mas são mais frias; ladeira e lixo acompanham seus passos e isso é típico da capital por isso ela não vê à hora de chegar ao litoral e tomar um banho de mar. Pessoas demais e ninguém por perto, sente falta dos amigos de verdade e a solidão a abraça com seus braços convidativos para ficar no conforto de seu apartamento.

Do 5° andar é possível tocar a solidão de uma cidade grande, é como se ela fosse algo tangível e é tangível, mas quando o telefone tocar, pode ser que por mágica um duende apareça e desfaça o silencio que ficou impregnado naquelas quatro paredes.

De súbito ela ouve latidos, talvez seja apenas sua imaginação que desenhou saudade de casa em sua cabeça, do 5° andar é possível ver um estacionamento e uma criança brinca com um filhote. Pensa em descer e com isso voltar um pouco o tempo. De certo o tempo volta. Impossível? Não digo o tempo o tempo, mas alguma coisa se resgata daqueles momentos bons, resquícios do sono, da pipoca, das noites de amor e do carinho sincero e reprimido por bobos medos.

Crescer é estar constantemente sozinho, mesmo que se tenha tudo nas mãos ninguém vai resolver seus problemas de verdade, as pessoas só podem ajudar,porem elas  não podem realmente tirar seus problemas.

São Paulo, Capital, Centro, Megalópole, tendências, freqüências, fluxos, putas, cigarros, cervejas, prédios, carros, emblemas, sistemas, solidão.

Grita! Eu ouço você.
Sussurre: Amo você.
Pense: Eu posso.
Faça: A sua maneira, mas dando o melhor de si.

É uma carta para o futuro: Eu estou do seu lado.

Nenhum comentário: